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Entrevista com a intérprete e tradutora Natalia Taddei

Atualizado: 14 de mar. de 2024

Nesta entrevista, conheceremos Natalia Taddei, sócia da A.T. Tradução e Interpretação, intérprete e tradutora experiente que atua há mais de 17 anos na profissão. Natalia possui experiência consolidada em diversas áreas, como saúde, petróleo e gás, negócios, seguros, medicina, política, agricultura, ciências sociais, tecnologia da informação e esportes. Trabalha com três línguas: português, inglês e espanhol.

Natalia Taddei
Natalia Taddei

Natalia é formada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999) e em Interpretação de Conferência pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008), onde também concluiu o curso de Formação de Tradutores (2006).


Desde 2018, é professora do curso de especialização em Interpretação de Conferências na PUC-RJ. Durante a entrevista, Natalia nos dará a oportunidade de entender mais sobre a profissão de intérprete de conferência e tradução. Confira:


Natalia você sempre quis ser intérprete? Quando surgiu a vontade de ser intérprete? Pode nos contar como foi esse processo de escolha da profissão?

Nem sempre quis ser intérprete. Minha primeira formação foi em fonoaudiologia. A vontade de ser intérprete veio depois de concluir a formação em tradução escrita. Passei pelo processo de seleção do curso de formação de intérpretes da PUC- Rio e já nas primeiras aulas me apaixonei pela interpretação.


Como foi o período de estudos? Foi fácil aprender? O que se aprende nos cursos de Formação de Tradutores e Intérprete de Conferência?

O curso de interpretação foi muito desafiador e também gratificante. Interpretar é uma habilidade adquirida. Portanto, precisamos praticar muito para desenvolver essa habilidade, tanto na modalidade simultânea quanto na consecutiva. No curso, aprendemos não só a interpretar mas também a nos preparar para os eventos, a fazer glossários com os termos técnicos, a cuidar da voz e da audição e estudamos ética profissional.


Você já sai pronta da faculdade para o mercado? Quais são as maiores dificuldades até que a pessoa fique apta a trabalhar?

O curso da PUC-Rio prepara para o mercado de trabalho. Temos conferências simuladas e estágios em eventos reais onde os alunos podem praticar a interpretação. Entrar no mercado pode ser um processo lento e, muitas vezes, a interpretação não é a única fonte de renda dos intérpretes.


Como é o mercado de trabalho? Existem muitas vagas para Interpretação e Tradução? Ou as pessoas trabalham mais de forma autônoma (freelancer)?

O mercado de trabalho é bastante diverso. No Brasil, a maior parte dos intérpretes trabalha como freelancer. Os dois maiores mercados são São Paulo e Rio de Janeiro.


O que te dá mais satisfação em ser intérprete? Aquilo que te faz amar a profissão que escolheu?

O que mais gosto da interpretação é o desafio. Cada evento é um novo desafio, com terminologia e oradores diferentes. Gosto de descobrir e estudar assuntos que eu jamais estudaria se não fossem os eventos que interpreto.


É uma profissão que remunera bem? Como é o setor de Tradução Simultânea no Brasil? Tem eventos sempre?

É uma profissão que remunera bem, mas ser freelancer requer planejamento, principalmente num Mercado que tem uma sazonalidade como o mercado de interpretação.


Você viaja muito ou já viajou bastante para exercer sua profissão tanto no Brasil quando para o exterior? Pode nos contar uma dessas experiências?

Já viajei para exercer minha profissão no Brasil. Uma das experiências mais ricas foi o Fórum Social Mundial em Belém do Pará. Eu estava começando a carreira e foi muito importante trabalhar num evento com tantos intérpretes porque tive a oportunidade de conhecer muitos colegas experientes. Os intérpretes viajam também para fazer cursos de formação continuada e desenvolvimento profissional. Esses cursos são fundamentais para a carreira do intérprete profissional.


Poderia citar alguma instituição que oferece a formação continua? Existem no Brasil?

Depende das línguas de trabalho do intérprete. No Brasil temos cursos oferecidos pelas associações profissionais, APIC (Associação Profissional de Intérpretes de Conferências) e AIIC (Associação Internacional de Intérpretes de Conferência). Fora do país, há os cursos oferecidos pela AIIC e pelas associações de intérpretes de outros países.


Já passou por algum imprevisto em que foi obrigada a fazer o seu trabalho sem os recursos necessários, e teve que improvisar? Isso acontece? Quais são os principais problemas que podem acontecer em um evento?

Já passei por imprevistos sim. Uma coisa que acontece é haver alguma falha no equipamento de interpretação simultânea e os intérpretes precisarem trabalhar em consecutiva. Por isso é importante não só trabalhar com equipamentos de qualidade como também estar sempre pronta para imprevistos.


A última situação inusitada pela qual passei foi interpretar em um evento remoto sobre suprimento de energia elétrica durante um apagão no meu bairro. Originalmente, uma outra colega iria interpretar o evento, mas com o apagão no nosso bairro, não tinha como se conectar pois não tinha nobreak com autonomia suficiente. Resulta que acabei substituindo a colega e o único equipamento ligado em casa era o computador.


Você também é (ou foi) intérprete voluntária do Médicos Sem Fronteira Brasil. Poderia falar um pouco sobre esse trabalho voluntário? Como é trabalhar para o MSF?

É sempre muito bom fazer trabalho voluntário quando acreditamos no trabalho da organização para a qual doamos nosso trabalho. O MSF é uma dessas organizações. O trabalho é intenso e muito recompensador.


Os sócios da A.T. Tradução e Interpretação - Denise Araújo, Christiano Sanches e Natalia Taddei no 8th MUFPP Global Fórum (Oitavo Fórum global do Pacto de Milão sobre política de alimentação urbana- Rio de Janeiro 2022)
Os sócios da A.T. Tradução e Interpretação

Como surgiu a ideia de criar a A.T Tradução e Interpretação? Quem são seus sócios? E quais trabalhos vocês oferecem? Pode nos falar um pouco sobre esses serviços?

A ideia de criar a A.T. Tradução e Interpretação foi da Denise Araújo. Ela me propôs abrirmos a empresa logo depois que nos formamos na PUC-Rio. Atualmente somos três sócios: eu, Denise Araújo e Christiano Sanches. Oferecemos serviços de interpretação simultânea e consecutiva, presencial e remota e tradução escrita. Oferecemos também consultoria para organização da interpretação dos eventos.


Em relação aos equipamentos, você sabe que no Brasil a Riole fabrica equipamentos de Tradução Simultânea. Você já usou algum desses equipamentos? A Central de Intérprete da Riole por exemplo, atende tão bem quanto os equipamentos produzidos lá fora?

Conheço e uso os equipamentos da Riole. Eles não deixam nada a desejar quando comparado aos equipamentos importados. A central de intérpretes da Riole tem uma característica que me agrada muito: a luminária embutida da CI. Economiza espaço na cabine e facilita a vida do intérprete.


Você teria algum conselho para os alunos ou as pessoas que se interessam em seguir a carreira de intérprete e/ou tradutor?

A formação é fundamental! Se você quer ser intérprete busque uma formação bem estruturada, com bom currículo. Cursos de curta duração não são suficientes para formação de intérpretes. Se você já é aluno, se dedique! Persevere, ouça o feedback dos professores, invista na prática deliberada, leia sobre o que está acontecendo no mundo, cultive a curiosidade sempre. E quando se formar, depois de tanto investimento e dedicação, se valorize, valorize a profissão, filiando-se às associações de intérpretes que já mencionei e trabalhando de acordo com as condições de trabalho e o código de ética profissional dessas associações.



 

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Tradlink equipamentos de tradução simultânea
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